Vida acadêmica
* por Gabriela Rossi
Três anos após concluir a graduação as perguntas e comentários do tipo “Vai parar por aí?” “Hoje em dia só faculdade não adianta mais, tem que continuar estudando” ficam cada vez mais frequentes e você se vê em uma situação complicada. Sim, as pessoas, especialmente minha mãe que dia sim e dia também me falava que eu precisava retomar os estudos, estavam certas, mas o que eu realmente quero fazer?
Sou da opinião que ‘forçar’ um adolescente de 17/18 anos escolher uma profissão e investir quatro ou mais anos de sua vida estudando isso é um tanto quanto cruel, mas essa escolha eu já havia feito, agora eu precisava ir mais a fundo, escolher dentro da minha profissão algo em que eu gostaria MESMO de me especializar. Rainha das dúvidas que sou, vaguei por diversos cursos e universidades, conversei com gestores e ex-chefes que foram me orientando sobre mercado e sobre a visão que eles tinham de mim. Juntei todas as informações e possibilidades que estavam ao meu alcance e cheguei a uma conclusão: quero estudar em uma universidade pública e quero estudar aquilo que (ok, sei que é brega, mas…) sempre fez meu coração bater mais forte: a língua portuguesa.
Sob protestos e interjeições não solicitadas daqueles que o fazem afirmando querer o melhor para você eu bati o pé, rejeitei as opções de curso ‘da moda’ e fui atrás daquilo que me traria alegria e prazer em estudar. Conversando com uma colega de trabalho que compartilhava da mesma vontade fomos atrás de cursos de mestrado na Unicamp que nos aceitariam como estudantes especiais.
Para falar bem a verdade eu já havia cogitado essa possibilidade várias vezes, mas tenho perfil de alguém que se tem companhia topa tudo com mais facilidade e agora eu tinha encontrado (Valeu, Izadora!). Pois bem, Tópicos de Análise do Discurso do Mestrado em Linguística foi a escolhida. Inscrição realizada, entrei em contato com o professor explicando o porquê eu havia solicitado assistir suas aulas e o Dr. Lauro Baldini prontamente me respondeu que no que dependesse dele eu estava dentro.
Há um mês a Unicamp aceitou minha matrícula e desde então tenho frequentado as aulas com colegas de diversas áreas. Não tenho palavras para descrever o quanto isso tem me feito bem. O ambiente universitário me encanta desde sempre, sair do lugar comum e encarar a sala de aula novamente faz com que você se sinta vivo novamente, conhecer pessoas e ideias novas e aprender sobre algo completamente diferente é encantador. Hoje eu tenho a possibilidade de estar em contato com mestres e doutores Instituto de Estudos da Linguagem – IEL e a possibilidade de, se for de meu interesse, posteriormente, apresentar uma tese e cursar um mestrado na universidade. E minha mãe finalmente está feliz. Isso não tem preço. Mesmo.
Aluno especial
As universidades públicas oferecem a possibilidade de inscrição como aluno especial em cursos de graduação e pós, possibilitando assim o acesso de alunos e ex-alunos de outras faculdades ao ensino público e de qualidade. Fique atento aos períodos de inscrição no meio e no fim do ano, navegue pelos portais dos institutos de seu interesse e escolha algo de seu interesse, afinal, conhecimento é algo que ninguém nunca vai tirar de você.
Para mais informações sobre o ingresso como estudante especial na Unicamp acesse:
http://www.dac.unicamp.br/portal/pos/estudante_especial/
* Jornalista que adora internet, mas não dispensa um bom livro, principalmente os romances policiais. Formada pela PUC-Campinas, Gabriela possui experiência em comunicação interna e em endomarketing. Ela já atuou com produção de conteúdo e atendimento jornalístico tanto em agências de comunicação como em grandes empresas.
