Blog da Teia

Por dentro do dia a dia da criação editorial

Quanto vale a nossa identidade?

* por Rafael Bandoni

twitboom

O print do site acima (o Twitbon) é algo que provavelmente você já está familiarizado, trata-se de um software usado para adicionar uma máscara na foto do seu perfil. Com o tempo, o próprio Facebook tomou as rédeas e fez algo parecido para grandes eventos (lançamento do Star Wars, por exemplo).
E se as redes sociais são um reflexo (nem uma cópia, nem uma falsificação) do que somos na “vida real”, a nossa foto de perfil seria o mais próximo em matéria online da nossa identidade, é por ela que nós somos reconhecidos.
E recentemente nós temos mexido bastante na nossa identidade. Seja para apoiar uma causa (Mariana, Paris), seja por se sentir parte de um grupo (times de futebol, grupos ideológicos) ou seja simplesmente porque sim (piadas internas). E o que será que isso diz sobre a maneira que nos comportamos nas redes sociais?
Eu queria, aqui, fazer um contraponto entre a mudança da foto do perfil e uma tatuagem: eu tenho 5 tatuagens até o momento, e toda vez que penso em fazer mais uma, a coisa que eu mais pondero é: “tá, isso vai ficar pra sempre em mim, vale mesmo a pena?” Essas cinco, até então, valeram a pena!
Mas quando se trata de alterar uma foto do perfil o pensamento segue uma linha um pouco diferente. Primeiro: o Facebook não é visto como mundo real. Segundo: é uma decisão temporária – eu nem sempre quero saber se aquilo que eu estou apoiando está realmente certo ou não, eu só quero “seguir a onda do momento”.
Isso faz total sentido quando comparamos o grande apoio ao “Je suis Charlie” no momento do atentado, e depois à grande desaprovação com outras tirinhas que acabaram vindo a público. Afinal, não vale a pena saber mais antes de apoiar uma causa?
“Estamos nos tornando um bando de pessoas rasas, com bem pouca atenção para qualquer coisa” (Nicholas Carr). Essa frase resume bem todo esse pensamento, ainda mais quando lembramos o gigantesco número de pessoas que comenta uma notícia só pela sua chamada, nem sequer chega a clicar no link.
Levando em conta o ego que possuímos, as redes sociais sempre funcionam de maneira a permitir que você se sinta parte de algo, se sinta representado por uma causa ou causas. E, como já diz meu amigo Rubens Gualdieri, é preciso pensar três vezes antes de escolher heróis.
Mas, afinal, quanto vale a nossa identidade? Eu, particularmente, não tenho uma resposta. A única coisa que eu posso dizer é quanto vale a minha. E, depois que eu passei a entender isso, ela passou a valer muito mais.

* O publicitário Rafael já atuou como Social Media e Planner em contas de diferentes segmentos. Além disso, é apaixonado por livros de fantasia, música e café. Gosta muito de estudar para entender o comportamento humano e dedica o tempo livre para assistir seriados de herói e brincar com a sua gatinha, a Chica.

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