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Storytelling, engajamento e publicidade

* Rafael Bandoni
Eu faço trabalho voluntário por meio do Rotary já há 8 anos, e, em tanto tempo, eu aprendi inúmeras coisas sobre liderança, oratória e projetos, mas em um último trabalho que realizamos em parceria com o Instituto Elos, eu aprendi algo que não tinha aprendido em todo esse tempo.
O trabalho parecia “simples”: reformar uma praça. A reforma dessa praça ia trazer um novo ambiente e, com todas as mudanças, uma nova vida aos moradores daquela região. Mas como fazer essa reforma de uma maneira que engaje a todos e que os próprios moradores se interessem em continuar cuidando da praça? Aí que entrou o storytelling.
Storytelling é, por definição, a capacidade de contar histórias relevantes. O que é algo que já existe há muito tempo, apesar do termo estar em alta nos últimos anos.
Sílvio Santos é quase como um rei do storytelling, podemos comprovar isso por meio de sua história, como quando ele aprendeu a fazer mágicas para vender canetas. E, naquela época, isso era chamado apenas de “bom vendedor”.
Mas, como quase tudo na vida, dá-se um nome a algo que já existe para que possa ser vendido. Não tirando o mérito do poder do storytelling. Na verdade, é exatamente sobre esse poder que eu quero falar nesse texto.
O projeto da reforma levava consigo uma filosofia bem legal, tratando dos sonhos, medos e desejos das pessoas. Por meio de uma historinha incrivelmente bem elaborada com viajantes do tempo e pessoas em busca de um bem maior para todos, ela cativava os agentes que seriam transformadores daquela região (antes chamados apenas de “moradores”).
Por meio dessa história, eles conseguiam a atenção de todos, mas até mais que isso: o desejo e o carinho. Eles tomavam aquilo para si, eles não eram apenas ouvintes, eles eram parte fundamental da história.
Isso tinha um poder tão grande que eu pude notar algo que me deixou sem palavras: não havia uma pessoa sequer liderando aquela multidão de 40 pessoas, mas todos eram conscientes de suas funções. E o melhor, todos eram extremamente eficientes!

Engajamento e comunicação
Nesse caso, quero reforçar o poder da comunicação por meio do “contar histórias”. E o que será que isso tem a ver com engajamento?
Engajamento é uma palavrinha que nós, social medias, já estamos bem acostumados. Basicamente, o engajamento representa o quanto aquele conteúdo foi relevante para seu público. Trocando em miúdos: dos dez que viram sua propaganda, quantos interagiram com ela?
Mas, como bem dito nesse excelente artigo do YouPix, os números nem sempre traduzem a realidade. Então qual o poder desse tal engajamento?
É o poder de realmente fazer as pessoas seguirem o mesmo propósito. O poder de fazer as pessoas caminharem por um mesmo caminho sem nem mostrar esse caminho pra elas. E isso é incrível.
E já foi usado na publicidade. Como esquecer da belíssima campanha de despedida da Kombi? Afinal, nós publicitários somos apenas contadores de história buscando o engajamento do nosso público.
E talvez falte um pouco de alma, que foi o que teve de forma surpreendente no projeto do Instituto. Talvez falte propósito. Talvez falte originalidade. No mundo do ctrl+c e ctrl+v, as pessoas precisam de mais ctrl+n.
Apenas mentes engajadas em propósitos podem engajar pessoas. Vender produtos não é tudo, nem para as empresas, nem para os publicitários.

* O publicitário Rafael já atuou como Social Media e Planner em contas de diferentes segmentos. Além disso, é apaixonado por livros de fantasia, música e café. Gosta muito de estudar para entender o comportamento humano e dedica o tempo livre para assistir seriados de herói e brincar com a sua gatinha, a Chica.

 

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