Blog da Teia

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Subjetivismo e transparência: quando andam juntos, conquistam a credibilidade

Por Ana Bertran*

Não é segredo que tudo na vida tem boas pitadas de subjetivismo. Seja nos círculos pessoais, nos ambientes corporativos ou na comunicação. Por mais que uma afirmação, uma matéria ou um simples comentário esteja o mais próximo possível da realidade, a visão do orador sempre estará implícita de algum jeito. E isso acontece por várias causas: meio em que o indivíduo foi criado, ângulo em que o assunto foi presenciado, palavras que foram escolhidas no momento da fala e, até mesmo, a situação em que o tema foi vivenciado. É por esse motivo que a ética e a transparência não podem se ausentar de uma boa comunicação – seja ela formal ou informal –, dos negócios ou de qualquer outra atividade que se queira fazer de maneira séria e correta.

No caso da imprensa, esses itens também devem ser levados em consideração, uma vez que ela fica no centro das atenções, é julgada e marcada por prós e contras: ao mesmo tempo em que várias verdades não viriam à tona sem a cobertura jornalística, é claro que os veículos acabam sendo tendenciosos, o que acaba não convencendo. Para a mídia empresarial, torna-se ainda mais complicado, pois do ponto de vista jurídico a comunicação é utilizada apenas como instrumento de autopromoção, já que a mesma é produzida a quatro mãos, entre comunicadores e advogados. Por isso, a credibilidade se trata mais de uma questão ética do que do código civil propriamente dito.

Segundo o professor titular de ética e filosofia política da Universidade de São Paulo e colunista do jornal Valor Econômico Renato Janine Ribeiro*, quando compramos algo – seja um produto ou uma ideia – temos a confiança de que o combinado será cumprido. Dessa forma, o mais comum é nos apegarmos aos nomes que conhecemos ou àqueles que já deram certo no mercado e, assim, reduzirmos as chances de erro. “A segurança reduz a escuridão e é por isso que os melhores níveis de reputação acontecem justamente com os stakeholders mais próximos”, diz. Afinal, sempre nos acercamos daqueles que nos transmitem a transparência.

Ainda de acordo com ele, a ética vai muito além do direito. “O código de ética, embora não seja lei porque não foi votado, ultrapassa os princípios: ele trata de alguns critérios com atenção e carinho. Ao mesmo tempo, ser ético pode significar infringir a lei. Trata-se de um conflito”, analisa.

* Em seu discurso durante a abertura do Ano Temático Aberje 2015: Ética e Transparência – a comunicação promovendo o alinhamento entre discurso e prática, realizado no primeiro trimestre de 2015.

ana-180x180 Ana Bertran – Ela é simplesmente louca por animais! Tem duas “filhas caninas” que são sua paixão. Além disso, a Ana é formada em Jornalismo pela Puc-Campinas e pós-graduada em Comunicação com ênfase em Relações Públicas pela Faculdade Cásper Líbero. Tem fluência em inglês e fala um pouco de alemão. É especialista em edição, redação e revisão de conteúdos de jornais e revistas empresariais, além de outras publicações como manuais, glossários, entre outros.

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