Sobre a arte de sangrar
Por Izadora Pimenta*
“Não há nada para escrever. Tudo o que você precisa fazer é se sentar em frente de sua máquina de escrever e sangrar”. Li esta frase de Ernest Hemingway e logo compartilhei com uma pessoa que alegava “não saber escrever”. “Porque todo mundo sabe escrever, oras” – acrescentei.
É fato que a paixão por escrever foi o que me levou a ser jornalista. Por conta desta paixão, inclusive, o que mais me atrai no jornalismo é a arte de contar boas histórias com palavras cuidadosamente escolhidas. Tudo porque acredito que não há nada melhor do que as palavras para descrever o mundo de uma maneira não óbvia.
Escrever, no entanto, não é apenas uma profissão para mim. É uma maneira de compartilhar sentimentos, ideias, emoções… Sentir-me livre. Escrever também é a arte de se doar e eternizar momentos – sejam eles pequenos ou grandiosos, insignificantes ou revolucionários.
Às vezes eu até me arrisco em outras formas de expressão. Mas acho mais legal ainda saber o quanto elas se complementam. Uma obra de arte pode despertar uma crítica empolgada em texto. Uma música, por sua vez, pode inspirar um filme (um caso recente é o filme brasileiro Faroeste Caboclo, inspirado no clássico do Legião Urbana).
Como as artes conversam entre si, a comunicação tem cada vez mais possibilidades. E sangrar nunca foi tão fácil.
*Apaixonada por música e por boas histórias, Izadora é formada em Jornalismo pela PUC-Campinas. Possui experiência em vários segmentos, desde reportagem até assessoria de imprensa, especialmente em assuntos como cultura, entretenimento, redes sociais e agronegócio. Também trabalha com diagramação, coleciona instrumentos musicais e leva o karaokê a sério.