Blog da Teia

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Compreender o espaço e comunicar

Por Izadora Pimenta*

Responda rápido: se você estivesse procurando por uma dose de felicidade, será que você pensaria em comprá-la em algum lugar? De bate pronto, pode ser que sua resposta seja um firme “não, é claro que não”. Mas e se alguém te disser que o McDonald’s não vende hambúrgueres?

Pois é: o McDonald’s vende felicidade e agilidade para, só depois, entregar o produto final, que é o hambúrguer. A ideia é que você enxergue a lanchonete como um momento agradável do seu dia, no qual as coisas serão feitas do seu jeito de uma forma que irá te levar a uma paixão repentina. “Amo muito tudo isso”, já diz o slogan. Junto a seus ícones, ele se posiciona de uma maneira forte que transcende o seu produto e desperta sentimentos nas pessoas.

Quando comentamos o final de Mad Men, falamos sobre a necessidade de compreender o público para quem a mensagem está sendo passada para compartilhar de um sentimento necessário. Todas as grandes marcas trabalham com este artifício – podemos ver ainda que a MasterCard vende a facilidade, a Köpenhagen vende produtos para presentear pessoas especiais, enfim, há uma gama de sentimentos bons que estão à venda.

Recentemente, a Boticário lançou uma nova campanha de Dia dos Namorados que traz casais de diversas idades e opções sexuais, como forma de compreender e apoiar todas as formas de amor que existem na sociedade. Mesmo sofrendo repreensão de alguns consumidores, a marca se manteve firme em seu posicionamento, mostrando que é capaz de difundir ideias e não trabalhar sempre no mesmo modus operandi – afinal, a Boticário também não quer vender apenas perfumes.

Um bom posicionamento de marca comunica seu ponto de vista, assume uma posição de diálogo e faz com que a marca passe a fazer parte da vida do consumidor. Ou seja: não é a apenas a marca que é lembrada, mas seus ideais.

No caso da Boticário, a campanha gerou debate e um engajamento. As pessoas favoráveis ao comercial se reuniram para curtir o vídeo no YouTube. Com quase dois milhões de visualizações, o vídeo possui 292.215 curtidas, contra 171.214 reações negativas até o fechamento deste texto.

Sua marca, portanto, não é apenas construída pelo seu produto. Ela deve participar ativamente da sociedade e compreender seus hábitos e costumes para, só então, comunicar com assertividade. E o ato de comunicar não é um monólogo: dialogar é preciso.

* Apaixonada por música e por boas histórias, Izadora é formada em Jornalismo pela PUC-Campinas. Possui experiência em vários segmentos, desde reportagem até assessoria de imprensa, especialmente em assuntos como cultura, entretenimento, redes sociais e agronegócio. Também trabalha com diagramação, coleciona instrumentos musicais e leva o karaokê a sério.

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