Blog da Teia

Por dentro do dia a dia da criação editorial

10 anos de YouTube e a revolução do conteúdo

*por Izadora Pimenta

Quando o YouTube surgiu, ele me parecia um primo distante: as pessoas utilizavam o site para assistir alguns vídeos engraçados e a qualidade da minha conexão na época, junto com o meu computador comprado nos tempos do Bug do Milênio, não me permitiam carregar um conteúdo sem que fosse demandado um bom tempo. A paciência era pouca e a televisão me parecia muito mais atrativa – em 2005, ainda gostávamos de pedir clipes na programação da MTV e de ligar o rádio esperando a sorte de ouvir a música favorita.

Nos últimos dez anos, muita coisa mudou. As conexões de Internet ficaram melhores, os computadores ficaram cada vez menores e o YouTube, por sua vez, cada vez mais recheado. O primo distante resolveu se aproximar da família e mostrar tudo o que ele tinha para oferecer. De repente, todas as bandas do mundo estavam por lá, seja em álbuns completos ou em clipes que apareciam agora assim, na palma das nossas mãos. As pessoas, por sua vez, desistiram de estrelar Videocassetadas na TV e subiram, elas mesmas, seus próprios vídeos, na esperança de se transformar em um viral e ganhar seus 15 minutos de fama. Não dá para passar incauto ao YouTube.

O primeiro vídeo do site apareceu por lá em 23 de abril de 2005. Jawed Karim, um dos fundadores, se colocou na frente de elefantes no zoológico e comentou o fato mais legal sobre os animais: eles tinham trombas muito grandes. O vídeo, de apenas 18 segundos, chamado Me at the Zoo, foi visualizado por cerca de 19 milhões de pessoas. Karim, junto aos amigos Steve Chen e Chad Hurley, sabia que tinha criado algo legal. Mas talvez eles não imaginassem que a ferramenta viria a se tornar um fenômeno mundial.

O YouTube é mais do que agregador de conteúdo: influencia em opiniões, em conversas e em fatos banais do dia a dia. Nele, você pode assistir ao apresentador de sua preferência debater sobre algum assunto em uma frequência perfeitamente televisiva. Acompanhar programas, como o Porta dos Fundos, que revolucionou o jeito de consumir humor com suas esquetes rápidas e certeiras. Aprender uma receita nova, finalmente tocar aquele riff do Led Zeppelin na guitarra, saber como um produto funciona antes de consumi-lo. Ou seja: ele faz tão parte das nossas vidas como a televisão e o rádio – e, para algumas pessoas, se transformou em substituto definitivo destes meios.

O que eu mais acho fantástico no YouTube é a agilidade para resolver um dos meus maiores problemas de antigamente: quando um amigo me falava que uma banda era legal, ele tinha que me emprestar um disco ou gravá-lo para que eu pudesse conhecer também. Para ouvir uma nova música – antes de me aventurar em programas como o eMule – tinha que juntar uma lista e pedir para o menino da escola que “gravava CDs” entregar aquela listinha gravada por cinco reais. Locadoras de CD eram lugares mágicos. Ficar com a TV ligada o dia inteiro na MTV cruzando os dedos para passar algo da banda favorita era de praxe. Agora, apenas um clique resolve tudo.

A agilidade das informações, embora seja bastante prática, não é a maneira mais eficaz de consumir conteúdo. Talvez este seja um dos maiores problemas do conteúdo virtual. Mas é a partir dele que muita gente encontra a solução: destaque-se na internet e deixe o mundo aos seus pés. Não existem barreiras.

Com mais de 2,2 bilhões de visualizações no YouTube, o clipe Gangnam Style, do sul-coreano PSY, é a maior prova de que estamos em um caminho novo e incerto, porém, promissor:

 

IzadoraPimenta_TEIA2-180x180* Apaixonada por música e por boas histórias, Izadora é formada em Jornalismo pela PUC-Campinas. Possui experiência em vários segmentos, desde reportagem até assessoria de imprensa, especialmente em assuntos como cultura, entretenimento, redes sociais e agronegócio. Também trabalha com diagramação, coleciona instrumentos musicais e leva o karaokê a sério.

Mais recentes

Comunicação além do valor informativo

Canal Coma Bem vai até o Rio Grande do Sul gravar série de reportagens

A importância de uma comunicação eficiente no LinkedIn para empresas